segunda-feira, 30 de março de 2015

#LBFnaWNBA, uma série sobre as jogadoras do nosso basquete na liga norte-americana

O basquete brasileiro passa por uma boa fase. Apesar de todos os problemas e dificuldades, o cenário nacional da modalidade apresentou uma evolução clara diante dos olhos daqueles que a acompanham com afinco. Mesmo sob um resultado negativo no último Mundial, o que acontece dentro das quadras do Brasil é de dar grandes esperanças.

A Liga de Basquete Feminino (LBF) é a vitrine dos talentos nacionais. Novas jogadoras são reveladas, veteranas marcam ainda mais seus nomes e cada vez mais estrangeiras vêm atuar em equipes do país, sendo muitas delas da WNBA. Só entre as brasileiras, são quatro as que atuarão na próxima temporada do campeonato norte-americano: Érika de Souza, Nádia Colhado (UNINASSAU/América), Damiris Dantas e Clarissa dos Santos (ADCF Unimed/Americana).

Entre as estrangeiras, Matee Ajavon (Maranhão Basquete), Tiffany Hayes e Tamera Young (UNINASSAU/América) brigarão pelo anel do torneio.

O Dentro da WNBA entende a importância da disseminação do basquete feminino nacional para que a modalidade possa atingir níveis cada vez mais altos. Por isso, essa página passará a publicar uma série com o título de #LBFnaWNBA, para que o leitor brasileiro conheça algumas das joias que atuam no Brasil.

Como vai acontecer:

O blog é privilegiado por estar em São Paulo (capital) e diversas partidas dos playoffs da LBF serem disputadas por perto. A medida que as equipes virem jogar por aqui, as jogadoras serão entrevistadas pessoalmente. O objetivo é que esses nomes se tornem familiares e admirados por seus feitos em território nacional.

Até o momento, o Dentro da WNBA já tem uma entrevista realizada, com um conteúdo muito valioso de uma jogadora extremamente importante para a seleção brasileira. Seu perfil, junto à entrevista será publicado até o final da semana.

Mas a intenção é que esse conteúdo seja disseminado e atinja o maior alcance possível, afinal, um dos objetivos do Dentro da WNBA desde seu primeiro texto publicado é ver o basquete feminino voltar aos tempos de ouro. Hoje, temos as peças necessárias dentro da quadra para que isso aconteça, basta torcermos e cooperarmos para que o fator extra quadra seja forte o suficiente para impulsionar a modalidade. E o jornalismo é uma das principais maneiras para que isso aconteça.

Portanto, se você tiver alguma indicação ou pergunta sobre as jogadoras mencionadas acima, deixe um comentário para que essa série fique no nível que essas atletas merecem.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Cappie Pondexter no Chicago Sky é um reflexo do objetivo da franquia para a temporada


Uma das principais mudanças de elenco da WNBA para a próxima temporada foi a saída de Cappie Pondexter para o Chicago Sky. Um dos motivos é a importância da própria jogadora para a liga, uma vez que a ala/armadora fez história com o Phoenix Mercury ao conquistar o título da franquia pela primeira vez em 2007 e repetir o feito em 2009.

Ao lado de Diana Taurasi e Penny Taylor, Cappie Pondexter foi uma das principais responsáveis por levar a equipe do Arizona à vitória no quinto jogo contra o poderoso Detroit Shock, fora de casa, e levar o troféu em frente à torcida adversária. Naquele ano, marcou 27, 18, 13 26 e 26 pontos, em cada um dos cinco jogos, respectivamente, da série final que determinou o campeão da WNBA em 2007.

Dois anos depois, em 2009, também foi uma das protagonistas da conquista do Phoenix Mercury sobre o Indiana Fever nas finais, que precisaram de cinco jogos igualmente. Sempre atuando com dígitos duplos, Pondexter ainda era um dos alicerces daquele time. Mas logo em seguida anunciou o fim de sua fase com essa equipe. Estava de mudança para a Big Apple, para jogar com o New York Liberty.


A jogadora dizia que queria estar mais próxima da cidade que não dorme, pois tinha grandes memórias de seu tempo de faculdade na Rutgers University, em New Jersey. Mas especulava-se que Cappie Pondexter buscava, na verdade, um time no qual poderia ser nome principal, já que no Mercury dividia as atenções com Diana Taurasi e Penny Taylor.

Com o New York Liberty, o máximo que alcançou com a equipe foram semifinais de conferência. Apesar de ter tido sucesso individualmente e continuado como uma das maiores pontuadoras da WNBA, nenhum título do Leste ou do campeonato no geral foi conquistado pelo time da Big Apple entre 2010 e 2014 - mais precisamente, desde 2002 - e esse, provavelmente, foi um dos motivos para a jogadora migrar para Chicago.

O Chicago Sky deu um salto antes inimaginável para a equipe desde a chegada de Elena Delle Donne, em 2013. Antes daquele ano, o time sequer havia conseguido uma vaga aos playoffs. De uma hora para a outra, a franquia passou a ser uma das mais temidas da WNBA, chegando às finais no anos passado contra o Phoenix Mercury. Devido à falta de experiência, teve grandes dificuldades contra o elenco do Arizona e foi derrotado por 3 a 0 na série que decidiria o grande campeão.

O gostinho de ter chegado ao mais alto ponto do campeonato mostrou para o Chicago Sky do que aquele elenco é capaz. Liderado por Elena Delle Donne e Sylvia Fowles, o time da técnica Pokey Chatman conta com coadjuvantes discretas, porém eficientes. Courtney Vandersloot e Allie Quigley (esta com 19 pontos na última partida contra o Phoenix Mercury), além de Tamera Young (que joga no Brasil no UNINASSAU/América) são os pilares das outras duas jogadoras mencionadas acima.

Outro nome que tinha grandes responsabilidades no Chicago Sky era Eppiphany Prince, que foi para o New York Liberty. Para não ficar desfalcada, Pokey Chatman tratou de troca-la exatamente por Cappie Pondexter.

Essa troca mostra o objetivo da equipe da cidade do vento para 2015: nada além do título. Depois de passar anos sem avançar para os playoffs, a franquia finalmente chegou a um ponto no qual é completamente possível conquistar um anel. Dos dois únicos anos nos quais o Chicago Sky avançou para a segunda fase da WNBA, Eppiphany Prince teve médias de pontos abaixo das necessárias para ajudar sua equipe. No ano passado, marcou 9,2 pontos por jogo nas séries. Pondexter, por outro lado, sempre teve números maiores nos momentos decisivos.


Apesar de ter um estilo mais ofensivo, Cappie Pondexter servirá para o Chicago Sky de maneira muito eficiente. Normalmente, o seu papel principal para a equipe é de uma ala/armadora, na posição dois. Mais importante ainda, sua experiência de nove anos fará toda a diferença. Com Courtney Vandersloot na armação, Tamera Young como a ala na posição três, Elena Delle Donne como ala de força e Sylvia Fowles de pivô, o time está bem servido e mais uma vez chega forte para a temporada.

Três dessas passam a ser grandes fornecedoras de arremessos de curta ou longa distância: a própria Cappie Pondexter, Elena Delle Donne e Tamera Young. Isso faz toda a diferença em uma conferência que conta com boas pivôs como Chiney Ogwumike, Érika de Souza e Janel McCarville.

Para ajudar, Allie Quigley continua como uma carta de Pockey Chatman no banco, além da grande novidade: Clarissa dos Santos. A brasileira chega para o seu primeiro ano na WNBA e pode sentir uma certa dificuldade no começo, não por falta de habilidade, mas pela diferença do jogo dos Estados Unidos para o resto do mundo.

Com um forte trabalho de adaptação, atenção aos treinos e dedicação, Clarissa pode conquistar espaço aos poucos nesse time que fica ainda mais forte com a sua presença. Apesar de atuar como pivô no Brasil, sua habilidade, flexibilidade e força podem transforma-la em uma importante ala de força para o Sky, uma importante substituta de Elena Delle Donne.

Diante de todo esse cenário, a mudança de uma peça é o suficiente para saber o que essa franquia pretende em 2015: ganhar o campeonato. Com uma forte crise no Connecticut Sun e o Washington Mystics sempre sendo uma dúvida, o Chicago Sky passa a ser um dos times mais fortes da conferência Leste, ao lado do Atlanta Dream. E será um confronto muito interessante. Cappie Pondexter é a principal peça do xadrez das trocas da pré-temporada de 2015 e deixou esse time ainda mais forte do que já estava.

Algumas informações extras sobre Cappie Pondexter:

- A jogadora é fortemente envolvida com moda e é sócia de uma assessoria de moda para jogadoras e técnicas;
- Em 2010, logo após sair do Phoenix Mercury, protagonizou um momento de tensão com Penny Taylor e Diana Taurasi quando jogou contra o seu antigo time


- Cappie Pondexter está de volta à cidade onde cresceu, Chicago, e pretende encerrar sua carreira no Sky. A técnica Pockey Chatman, inclusive, já adiantou que a jogadora assinou um contrato de mais de um ano
- Pondexter jogou durante um bom tempo no Galatasaray, da Turquia

segunda-feira, 23 de março de 2015

Pré-temporada da WNBA: confira as datas


O Atlanta Dream receberá mais três times da WNBA para um pequeno evento de pré-temporada no dia 23 de maio

A WNBA começa no dia 05 de junho, mas a preparação dos times já dá sinais de que a espera está chegando ao fim. Com as movimentações a todo vapor, os principais contratos sendo renovados e as trocas mais quentes se concretizando, os training camps logo terão início, assim como a pré-temporada. E são esses "treinos de luxo" que dão uma visão ainda melhor para os técnicos decidirem quem vai embora e quem fica no time.

Uma novidade que teve o pontapé inicial em 2014 foi a criação de mini torneios, que envolvem de três a quatro franquias. Essas equipes se enfrentam e, ao final, pode existir um campeão ou não - o objetivo é que sejam jogos atraentes. No ano passado, o primeiro mini campeonato de pré-temporada foi entre Chicago Sky, Minnesota Lynx, Indiana Fever e Phoenix Mercury.

O time que era o detentor do título da WNBA à época, o Minnesota Lynx, foi o campeão do torneio que aconteceu na Disney, e já contava, inclusive, com a brasileira Damiris Dantas em seu elenco, o que permitiu à técnica Cheryl Reeves observa-la um pouco melhor para dar mais espaço à jovem quando os jogos oficiais começaram.

Para a temporada de 2014, mais pequenos torneios serão realizados, assim como diversos outros confrontos individuais. O Atlanta Dream e o Connecticut Sun são os times que receberão outras equipes para os mini campeonatos.

O da equipe da Georgia, nomeado Atlanta Dream Classic, contará com Indiana Fever, Connecticut Sun e Washington Mystics, além do anfitrião, e acontecerá no KFC Yum! Center, em Louisville, domínio da atlética das Cardinals da University of Louisville, onde Angel McCoughtry e Shoni Schimmel atuaram na NCAA.

O do Connecticut Sun será um doubleheader no Mohegan Sun Arena, com a presença do time da casa, Chicago Sky, Los Angeles Sparks e a seleção da China.

Confira abaixo todos os confrontos da pré-temporada da WNBA:

Doubleheaders

Atlanta Dream Classic - Local: KFC Yum! Center, Louisville
23 de maio
Connecticut Sun x Indiana Fever
Atlanta Dream x Washington Mystics

Connecticut Sun - Mohegan Sun Arena, Uncasville
27 de maio
Chicago Sky x Los Angeles Sparks
Connecticut Sun x China

28 de maio
Chicago Sky x China
Connecticut Sun x Los Angeles Sparks

Individuais

22 de maio
Chicago Sky x New York Liberty - Local: University of Delaware
Tulsa Shock x San Antonio Stars - Local: BOK Center

26 de maio
Phoenix Mercury x Seattle Storm - Local: US Airways Center, Phoenix

27 de maio
Washington Mystics x Minnesota Lynx - Local: Washington
New York Liberty x Atlanta Dream - Local: Madison Square Garden, New York

28 de maio
Seattle Storm x Phoenix Mercury - Local: Key Arena, Seattle
San Antonio Stars x Tulsa Shock - Local: Freeman Coliseum, San Antonio

29 de maio
Indiana Fever x Washington Mystics - Local: Farmer's Coliseum, Indianopolis

30 de maio
New York Liberty x China (amistoso) - Local: Madison Square Garden Training Center, New York

1 de junho
Minnesota Lynx x New York Liberty - Local: Target Center, Minneapolos

quinta-feira, 19 de março de 2015

Tamika Catchings e Kobe Bryant têm muito mais do que o número da camisa em comum


Quem acompanha basquete certamente sabe quem é Kobe Bryant. Ao lado de LeBron James, o jogador do Los Angeles Lakers é um dos maiores ídolos da era pós Michael Jordan e por onde passa arrasta uma multidão de fãs. Mas existe uma jogadora na WNBA, com passos semelhantes aos do astro da equipe californiana, que também faz do esporte da bola laranja uma arte.

Tamika Catchings é uma das peças do elenco do Indiana Fever, equipe pela qual foi draftada em 2001. Não jogou sua primeira temporada como novata devido a uma lesão, mas a partir de 2002 fez muito estrago com os seus adversários. Campeã mundial e olímpica diversas vezes com a seleção dos Estados Unidos, além de presença garantida em All-Star Games, em 2012 garantiu seu primeiro título da WNBA, em uma série final contra o fortíssimo Minnesota Lynx. Foi a coroação de uma carreira que já contava com um MVP exatamente na edição anterior (2011).

Kobe e Tamika vestem o mesmo número na camisa: 24. Ambos são estrelas do basquete, nomes que não ficam de fora de discussões de especialistas e torcedores sobre quem é o melhor de cada modalidade que representam. Mas existe um elo muito maior entre eles: quando crianças, eram amigos... na Itália.

Tanto o pai de Bryant quanto o de Catchings foram jogadores da NBA. Harvey Catchings jogou de 1974 a 1985 no Philadelphia 76ers, New Jersey Nets, Milwaukee Bucks e Los Angeles Clippers. Joe "Jellybean" Bryant desfilou nas quadras da maior liga de basquete por menos tempo, mas dentro do mesmo período, de 1976 a 1984, no Philadelphia 76ers, San Diego Clippers e Houston Rockets.

Após o fim de sua carreira na liga norte-americana, o patriarca da família Catchings se mudou para uma cidade chamada Gorizia, ao norte da Itália, para atuar pelo Segafredo. O Sr. Bryant foi para Rieti, jogar no AMG Sebastiani Rieti, e passou mais sete temporadas em equipes italianas.

Foi neste período que os Bryant e os Catchings se encontraram e desenvolveram um laço firmado no sangue norte-americano. Naquela época, somente dois atletas estrangeiros poderiam fazer parte dos elencos da liga italiana, então era comum que os jogadores se conhecessem. Assim, Tamika e Kobe passaram uma parte da infância juntos, passeando pela Itália, visitando o Coliseu e, claro, jogando basquete.

Joe Bryant e Harvey Catchings passeando no Coliseu, em Roma

Os dois chegaram a jogar basquete juntos quando crianças, influenciados pela amizade e proximidade de seus pais. Mas Tamika voltou para os Estados Unidos antes, enquanto kobe passou um tempo no Velho Continente.

Mesmo em caminhos diferentes, os dois chegaram a ter um retorno semelhante, com histórias difíceis na infância. Catchings nasceu com um problema auditivo e teve que usar um aparelho em seus ouvidos para passar a escutar melhor. Devido à deficiência, sua fala é diferente, e se tornou motivo de chacota entre seus colegas. Diante dessa realidade, Tamika não reagia, mas encontrou na quadra uma maneira de se afirmar – e mostrar para as outras crianças que elas podiam até zombar de seus problemas na sala de aula, mas com a bola na mão, era ela quem estava no controle.

Quando Kobe retornou aos Estados Unidos, se viu em uma realidade nova na escola. Depois de passar muitos anos na Itália, não tinha domínio do idioma inglês e não sabia formular algumas frases ou palavras. Por isso, quando seus professores pediam para que lesse algo em voz alta, também era alvo de brincadeiras difamatórias. E a quadra foi o seu escape, assim como aconteceu com Tamika.

Kobe e Tamika brincando no Coliseu, em Roma

Depois de adultos, ambos seguiram caminhos brilhantes: liga profissional e seleção norte-americana. O sucesso de ambos, seja com o Los Angeles Lakers, o Indiana Fever ou o time dos Estados Unidos, não deixam dúvidas de que a Itália fez alguma coisa com esses dois que os transformou em máquinas do basquete.

Toda essa história é contada em um mini documentário da ESPN, nomeado Italian Imports, que ficou muito legal, recheado de fotos e depoimentos tanto de Tamika quanto de Kobe. Você pode assisti-lo aqui. Tem apenas 13 minutos.


quarta-feira, 11 de março de 2015

Vai e Vem: a movimentação da WNBA para a temporada de 2015

Atualizado em 25/03

O começo do ano da WNBA já está bem movimentado, com grandes mudanças e permanências nas equipes da liga norte-americana. A partir desta quarta-feira, esse post será atualizado semanalmente com as principais novidades.

Até o momento, as mudanças mais importantes foram a ida de Cappie Pondexter para o Chicago Sky, a renovação da Tamika Catchings com o Indiana Fever até sua aposentadoria e a saída de Candice Wiggins do Los Angeles Sparks para o New York Liberty.

Vale ressaltar a permanência das jogadoras brasileiras Érika de Souza e Nádia Colhado, que renovaram com o Atlanta Dream, Damiris Dantas, também por mais uma temporada com o Minnesota Lynx, e a grande novidade, Clarissa dos Santos, que fechou com o Chicago Sky e estreia na WNBA.


Atlanta Dream
Renovaram: Érika de Souza*, Nádia Colhado*, Jasmine Thomas
Chegaram: Roneeka Hodges
Saíram:
Permanecem: Matee Ajavon*, Sancho Lyttle, Angel McCoughtry, Shoni Schimmel

Chicago Sky
Renovaram: Temera Young*, Jessica Breland, Courtney Vandersloot, Allie Quigley
Chegaram: Cappie Pondexter, Clarissa dos Santos*, Jacki Gemelos
Saíram:
Permanecem: Elena Delle Donne

Connecticut Sun
Renovaram: Kayla Pedersen
Chegaram: Camille Little, Shekinna Stricklen, Danielle McCray, Chelsea Gray, Alyssia Brewer
Saíram: Renee Montgomery
Permanecem: Katie Douglas, Chiney Ogwumike

Indiana Fever:
Renovaram: Tamika Catchings, Sydney Carter, Lynetta Kizer
Chegaram: Alicia DeVaughn (training camp), Shenise Johnson
Saíram: Karima Christmas
Permanecem: Briann January, Jeanette Pohlen

Los Angeles Sparks
Renovaram: Alana Beard, Jantel Lavender
Chegaram: Brian Agler (técnico), Erin Phillips, Jennifer Hamson, Temeka Johnson
Saíram: Candice Wiggins
Permanecem: Candace Parker, Nneka Ogwumike, Sandrine Gruda, Kristi Toliver, Farhiya Abdi, Marianna Tolo, Nikki Greene, Ana Dabovic

Minnesota Lynx
Renovaram: Damiris Dantas*, Nadirah McKenith
Chegaram: Nika Baric
Saíram:
Permanecem: Seimone Augustus, Lindsay Whalen

New York Liberty
Renovaram: Avery Warley-Talbert, Natasha Lacy, Alex Montgomery,
Chegaram: Epiphanny Prince, Candice Wiggins, Tanisha Wright, Bec Allen, Carolin Swords
Saíram: Cappie Pondexter, Plenette Pierson
Permanecem: Tina Charles, Swin Cash, Ana Cruz, Sugar Rodgers, Essence Carson, 

Phoenix Mercury
Renovaram:
Chegaram: Marta Xargay, Monique Currie, Noele Quinn, Cayla Francis, Leilani Mitchell, Jasmine James, Shameka Christon
Saíram: Erin Phillips
Permanecem: Brittney Griner, Candice Dupree, DeWanna Bonner, Diana Taurasi**, Tiffany Bias, Mistie Bass, Exelina Kobrin, Shay Murphy

San Antonio Stars
Renovaram: Danielle Robinson, Jia Perkins, Danielle Adams
Chegaram: Toni Young, Ashley Paris, Brittany Chambers
Saíram: Becky Hammon (aposentadoria), Shenise Johnson
Permanecem: Astou Ndour, Kayla McBride, Kayla Alexander, Sophia Young

Seattle Storm
Renovaram: Sue Bird, Angel Robinson, Waltiea Rolle, Alysha Clark,
Chegaram: Jenny Boucek (técnica), Quanitra Hollingsworth, Abby Bishop, Renee Montgomery
Saíram: Brian Agler (técnico), Temeka Johnson
Permanecem: Lauren Jackson***

Tulsa Shock
Renovaram: Courtney Paris, Vicki Baugh
Chegaram: Karima Christmas, Plenette Pierson
Saíram: Roneeka Hodges
Permanecem: Skylar Diggins, Glory Johnson, Odyssey Sims, Tiffany Jackson-Jones,Jordan Hooper, Theresa Plaisance

Washington Mystics
Renovaram: Tierra Ruffin-Pratt, Kalana Greene, Kia Vaughn
Chegaram:
Saíram: Quanitra Hollingsworth, Monique Currie
Permanecem: Stefanie Dolson, Bria Hartley, Ivory Latta, Jelena Milovanovic, Emma Meesseman

*atualmente jogando no Brasil
**confirmada no time, mas não jogará a temporada
***dúvida para a temporada

segunda-feira, 9 de março de 2015

Desafio das Estrelas da LBF: em quem devemos ficar de olho

Os Jogos das Estrelas no geral são eventos festivos, sem aquela competitividade de uma temporada, quando cada jogo vale muito. Mas a rivalidade Brasil x Mundo que temos nas nossas ligas por aqui (LBF e NBB), tem gerado duelos emocionantes. Talvez por elevar o nosso nível de sentimento de patriotismo e inevitavelmente acabarmos torcendo muito para o time do nosso país, a torcida nesses confrontos são sempre efusivas.

Neste fim de semana, a Liga de Basquete Feminino (LBF) promoveu ao lado da Liga Nacional de Basquete (LNB) o Desafio das Estrelas BRA de Basquete. Homens e mulheres se reuniram no Pedrocão, em Franca (SP), para protagonizar a festa da modalidade dessa temporada. Na sexta-feira (06) aconteceram os desafios individuais e no sábado (07) os jogos entre LBF Brasil e LBF Mundo e NBB Brasil e NBB Mundo.

Por não termos tanto acesso aos jogos, não é fácil de acompanharmos o que acontece diariamente nas ligas nacionais. O campeonato masculino ainda tem mais visibilidade com transmissões às terças e sextas no SporTV e quartas e quintas pela Web TV em seu site oficial. Mas o feminino raramente aparece no "canal campeão", e quando ganha espaço é em horários infelizes, como sábados às 10h. Por isso, poder assistir atentamente  esse evento é uma boa oportunidade para poder conhecer novos nomes da modalidade.

Neste ano, as selecionadas para o Desafio das Estrelas da LBF foram bem mescladas. Jogadoras conhecidas, como Adrianinha, Érika de Souza, Iziane, Damiris, Jaqueline, Fran e Clarissa estavam juntas a Débora, Leila, Mariana Camargo, Tássia e Isabela Ramona. E essas cinco últimas são as que precisamos ficar de olho.

Débora é uma grande promessa para a seleção brasileira. Tem apenas 23 anos e é uma das armadoras do São José, com 1,64m. Já foi convocada pelo técnico Zanon e tem excelentes indicações, cotada para ser uma das substitutas de Adrianinha em breve, assim como Tainá Paixão. Em quadra, mostra confiança e parece ser uma point guard natural, no estilo Sue Bird: pode não ser a principal pontuadora, mas faz bem sua função de organizadora da equipe, tanto que é a maior assistente de seu time e a sexta jogadora que mas rouba bolas na atual temporada da LBF.

Leila Zabani joga no Basquete Jaraguá. É ala, tem 1,82m de altura de 23 anos de idade. No campeonato nacional, é a terceira cestinha de sua equipe, com média de 10,63 pontos por jogo. A jovem atleta ainda aparece com um dos melhores aproveitamentos em arremessos de dois pontos da temporada (50,38). Chamou muito a atenção no Desafio das Estrelas pela boa atuação.

Mariana Camargo foi a que mais me chamou a atenção. A ala/armadora tem 1,79m e é ala/armadora do Presidente Venceslau. Talvez por ter tido uma boa base na Oral Roberts University, tem destaque em quadra por conseguir fazer de maneira muito bonita uma das maiores dificuldades da maioria das mulheres do basquete: um arremesso com mecânica quase perfeita. É liderado por essa jogadora que a equipe paulista se mantém na LBF, com cinco vitórias e 11 derrotas, mais "tranquilo" do que Jaraguá e Brasília. O único problema de Mariana é sua idade: 29 anos. Quem sabe ela, que é a 11ª cestinha da temporada (14,11 pontos por jogo), não consiga uma chance com Zanon? É muito estranho que ela não seja um nome comum na seleção, o que pode ser explicado por seu tempo no exterior e o pouco acompanhamento dos nossos técnicos do desenvolvimento de atletas.

Depois das veteranas, Tássia foi a maior pontuadora do time LBF Brasil no Desafio das Estrelas. Foram só oito tentos marcados e quatro assistência, mas já significa alguma coisa. A ala/armadora do Santo André tem 1,80m e 22 anos bem representados na equipe de Santo André. A jovem tem mão quente: é a terceira melhor em arremessos de três pontos da liga (42,3% de aproveitamento) e com sua altura dá trabalho na armação e no papel de ala, sabendo se posicionar bem e com muita eficiência na hora de marcar.

Isabella Ramona, apesar de bem nova, é a mais conhecida das cinco. Com 20 anos, já foi convocada para a seleção brasileira e tem destaque no cenário nacional. Sua característica em quadra é de "partir para cima", o que algumas vezes pode acabar atrapalhando seu desenvolvimento por ser nova e precisar de um pouco mais de sabedoria no controle da bola. Mas se continuar trabalhando em seus fundamentos, principalmente nos passes e nos arremessos de três pontos, será uma potência para o futuro do basquete feminino brasileiro.

Ver tudo isso foi muito bom. Saber que a nossa seleção tem condições melhorar e, apesar de em passos curtos, voltar aos poucos a tempo melhores, é muito refrescante. Além dessas que não tem tanto destaque ou experiência, Érika de Souza, Damiris e Clarissa são figurinhas carimbadas do esquadrão verde amarelo e têm muito a continuar oferecendo. Todas elas são pivôs, e as cinco comentadas acima são armadoras, ala/armadoras e alas, posições que o elenco nacional precisa ajustar.

Um outro nome que não esteve no Desafio das Estrelas mas merece ser lembrada é Tainá Paixão, a mais cotada para substituir Adrianinha na função de armadora da seleção brasileira.

O lado ruim de tudo isso é que Luis Augusto Zanon, técnico da seleção, não esteve em Franca para acompanhar o fim de semana. Ainda não se sabe o motivo, mas é conhecido que nenhum atleta do São José, time que comanda no NBB, foi chamado para qualquer desafio individual ou o jogo do sábado. Essas são garotas que merecem um espaço no time para representar o Brasil em 2016.

domingo, 8 de março de 2015

O fim de semana de Clarissa dos Santos

A confirmação de um contrato com o Chicago Sky, vice-campeão da WNBA e uma das principais equipes da liga norte-americana, e o título de MVP do Desafio das Estrelas da LBF, além da liderança com 26 pontos e 17 rebotes na revanche do time do Brasil contra o Mundo no jogo festivo. A tarde do sábado mal havia começado e Clarissa dos Santos já tinha muitos motivos para poder considerar o primeiro fim de semana de março um dos mais memoráveis de sua carreira.

O basquete brasileiro tem um grande nome em suas quadras: Clarissa dos Santos. A pivô de 1,84m e 26 anos atua na equipe ADCF Unimed/Americana, pela qual se tornou campeã da Liga de Basquete Feminino (LBF) duas vezes, na temporada 2011/2012 e na última, 2013/2014. Com a camisa da seleção, foi campeã sul-americana em 2013 e 2014, além de ter sido coroada MVP do torneio no ano passado.

Clarissa no Desafio das Estrelas da LBF (Foto: Divulgação/LBF)

Na atual edição da LBF, Clarissa é a quinta maior pontuadora, com média de 16,44 pontos por jogo (foram 263 tentos em 16 partidas). A pivô está logo atrás de Damiris Dantas, sua companheira de equipe, e antes delas estão somente Iziane Castro (Maranhão Basquete), em primeiro e duas norte-americanas, Chloe Wells (APAB/Barretos) e Tiffany Hayes (UNINASSAU/América), em segundo e terceiro lugar respectivamente.

Outras estatísticas falam muito sobre essa jogadora. Em praticamente todas as que aparece na LBF, Clarissa nunca está abaixo das dez melhores posições. Nos arremessos de dois pontos, seu aproveitamento é de 57,8%, o sexto da liga. Para se ter um parâmetro de comparação, Shamell (Mogi das Cruzes), cestinha do NBB, soma 52,8%. A maior porcentagem de acertos entre os dez maiores pontuadores do campeonato masculino é de Rafael Hettsheimeir (Pachoalotto/Bauru), com 66,15% e abaixo dele está Kyle Lamonte (UniCEUB/BRB/Brasília), com 56,2%.

Mas não é só no ataque que Clarissa é um potência. A jogadora é a melhor reboteira da LBF, com 11,25 por jogo e a quinta maior "ladra" de bolas da temporada, com 2,31 recuperadas a cada compromisso, um total de 37 nas 16 partidas disputadas até o momento.

Com todos esses números, somados a outros como tocos, erros e minutos em quadra, Clarissa é nada menos do que a jogadora mais eficiente da LBF, com média de 24,31 de valorização por jogo, com uma boa diferença para a segunda melhor nessa estatística, a ala Tiffany Hayes, do América, com 19,94.

Números podem não dizer muita coisa no esporte, mas os de Clarissa são um verdeira reflexo de sua atuação em quadra. Conhecida por sua raça, ela é um pesadelo para suas adversárias. Apesar de ser pivô, suas características vão além daquelas pelas quais as mulheres do garrafão são conhecidas. Por ser ágil e habilidosa, consegue muito bem cumprir a função de ala/pivô. Sua grande facilidade em pegar rebotes, estabelecendo um importante domínio no garrafão, e seu incrível porte físico, também não passam nem um pouco despercebidos.

Não por menos que o anúncio de que Clarissa havia assinado um contrato com o Chicago Sky para a temporada de 2015 da WNBA foi grandemente comemorado pelo público basqueteiro do Brasil. Junto de Érika, Damiris e Nádia, a pivô será uma das quatro brasileiras na liga norte-americana, o maior número desde 2002, e poderá representar o país com qualidade nas quadras dos Estados Unidos.

Além dessa novidades, Clarissa brilhou no Desafio das Estrelas da LBF, no sábado (07). Com 26 pontos e 17 rebotes, a jogadora foi a líder na vitória por 78 a 73 do time da LBF Brasil sobre o da LBF Mundo, em um jogo bem disputado que serviu como revanche do ano anterior, quando as estrangeiras venceram em São José dos Campos.

Em Franca, onde o evento festivo foi realizado de maneira inédita junto ao do NBB, a pivô tinha todos os holofotes sobre si. A atenção dos torcedores e, principalmente, dos jornalistas, mostrava que uma nova fase está iniciante para Clarissa. Mas o que faz com que o brasileiro fique ainda mais feliz é o que a jogadora representa também fora de quadra.

Uma matéria feita pelo jornalista Fábio Balassiano em 2006 mostra que a essência da jogadora permanece até hoje: "um sorriso que não sai do seu rosto". E não é por menos. A garota que deu seus primeiros passos no basquete na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com passagem pela Mangueira e pelo Fluminente, cruzou o oceano Atlântico, foi jogar em Portugal, voltou para o Brasil, se tornou bicampeã do campeonato nacional, ganhou papel de liderança na seleção e agora segue para o que pode ser considerado o maior posto de uma jogadora de basquete em questão de time.

A temporada de 2015 da WNBA começa no dia 05 de junho, e o Chicago Sky já tem compromisso em casa, contra o Indiana Fever, às 21:30 (horário de Brasília).Se você ainda não tinha motivos o suficiente para acompanhar o campeonato este ano, Clarissa se tornou mais um.

(importante lembrar: Clarissa dos Santos será companheira da habilidosa Tamera Young, jogadora do América na LBF)