segunda-feira, 9 de março de 2015

Desafio das Estrelas da LBF: em quem devemos ficar de olho

Os Jogos das Estrelas no geral são eventos festivos, sem aquela competitividade de uma temporada, quando cada jogo vale muito. Mas a rivalidade Brasil x Mundo que temos nas nossas ligas por aqui (LBF e NBB), tem gerado duelos emocionantes. Talvez por elevar o nosso nível de sentimento de patriotismo e inevitavelmente acabarmos torcendo muito para o time do nosso país, a torcida nesses confrontos são sempre efusivas.

Neste fim de semana, a Liga de Basquete Feminino (LBF) promoveu ao lado da Liga Nacional de Basquete (LNB) o Desafio das Estrelas BRA de Basquete. Homens e mulheres se reuniram no Pedrocão, em Franca (SP), para protagonizar a festa da modalidade dessa temporada. Na sexta-feira (06) aconteceram os desafios individuais e no sábado (07) os jogos entre LBF Brasil e LBF Mundo e NBB Brasil e NBB Mundo.

Por não termos tanto acesso aos jogos, não é fácil de acompanharmos o que acontece diariamente nas ligas nacionais. O campeonato masculino ainda tem mais visibilidade com transmissões às terças e sextas no SporTV e quartas e quintas pela Web TV em seu site oficial. Mas o feminino raramente aparece no "canal campeão", e quando ganha espaço é em horários infelizes, como sábados às 10h. Por isso, poder assistir atentamente  esse evento é uma boa oportunidade para poder conhecer novos nomes da modalidade.

Neste ano, as selecionadas para o Desafio das Estrelas da LBF foram bem mescladas. Jogadoras conhecidas, como Adrianinha, Érika de Souza, Iziane, Damiris, Jaqueline, Fran e Clarissa estavam juntas a Débora, Leila, Mariana Camargo, Tássia e Isabela Ramona. E essas cinco últimas são as que precisamos ficar de olho.

Débora é uma grande promessa para a seleção brasileira. Tem apenas 23 anos e é uma das armadoras do São José, com 1,64m. Já foi convocada pelo técnico Zanon e tem excelentes indicações, cotada para ser uma das substitutas de Adrianinha em breve, assim como Tainá Paixão. Em quadra, mostra confiança e parece ser uma point guard natural, no estilo Sue Bird: pode não ser a principal pontuadora, mas faz bem sua função de organizadora da equipe, tanto que é a maior assistente de seu time e a sexta jogadora que mas rouba bolas na atual temporada da LBF.

Leila Zabani joga no Basquete Jaraguá. É ala, tem 1,82m de altura de 23 anos de idade. No campeonato nacional, é a terceira cestinha de sua equipe, com média de 10,63 pontos por jogo. A jovem atleta ainda aparece com um dos melhores aproveitamentos em arremessos de dois pontos da temporada (50,38). Chamou muito a atenção no Desafio das Estrelas pela boa atuação.

Mariana Camargo foi a que mais me chamou a atenção. A ala/armadora tem 1,79m e é ala/armadora do Presidente Venceslau. Talvez por ter tido uma boa base na Oral Roberts University, tem destaque em quadra por conseguir fazer de maneira muito bonita uma das maiores dificuldades da maioria das mulheres do basquete: um arremesso com mecânica quase perfeita. É liderado por essa jogadora que a equipe paulista se mantém na LBF, com cinco vitórias e 11 derrotas, mais "tranquilo" do que Jaraguá e Brasília. O único problema de Mariana é sua idade: 29 anos. Quem sabe ela, que é a 11ª cestinha da temporada (14,11 pontos por jogo), não consiga uma chance com Zanon? É muito estranho que ela não seja um nome comum na seleção, o que pode ser explicado por seu tempo no exterior e o pouco acompanhamento dos nossos técnicos do desenvolvimento de atletas.

Depois das veteranas, Tássia foi a maior pontuadora do time LBF Brasil no Desafio das Estrelas. Foram só oito tentos marcados e quatro assistência, mas já significa alguma coisa. A ala/armadora do Santo André tem 1,80m e 22 anos bem representados na equipe de Santo André. A jovem tem mão quente: é a terceira melhor em arremessos de três pontos da liga (42,3% de aproveitamento) e com sua altura dá trabalho na armação e no papel de ala, sabendo se posicionar bem e com muita eficiência na hora de marcar.

Isabella Ramona, apesar de bem nova, é a mais conhecida das cinco. Com 20 anos, já foi convocada para a seleção brasileira e tem destaque no cenário nacional. Sua característica em quadra é de "partir para cima", o que algumas vezes pode acabar atrapalhando seu desenvolvimento por ser nova e precisar de um pouco mais de sabedoria no controle da bola. Mas se continuar trabalhando em seus fundamentos, principalmente nos passes e nos arremessos de três pontos, será uma potência para o futuro do basquete feminino brasileiro.

Ver tudo isso foi muito bom. Saber que a nossa seleção tem condições melhorar e, apesar de em passos curtos, voltar aos poucos a tempo melhores, é muito refrescante. Além dessas que não tem tanto destaque ou experiência, Érika de Souza, Damiris e Clarissa são figurinhas carimbadas do esquadrão verde amarelo e têm muito a continuar oferecendo. Todas elas são pivôs, e as cinco comentadas acima são armadoras, ala/armadoras e alas, posições que o elenco nacional precisa ajustar.

Um outro nome que não esteve no Desafio das Estrelas mas merece ser lembrada é Tainá Paixão, a mais cotada para substituir Adrianinha na função de armadora da seleção brasileira.

O lado ruim de tudo isso é que Luis Augusto Zanon, técnico da seleção, não esteve em Franca para acompanhar o fim de semana. Ainda não se sabe o motivo, mas é conhecido que nenhum atleta do São José, time que comanda no NBB, foi chamado para qualquer desafio individual ou o jogo do sábado. Essas são garotas que merecem um espaço no time para representar o Brasil em 2016.

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