terça-feira, 25 de setembro de 2012

Especial Conferência Leste - Atlanta Dream

Hoje, o time a ser dissecado no especial sobre a conferência Leste é o Atlanta Dream, onde a brasileira Érika de Souza joga. Mas antes do leitor conhecer melhor essa equipe, eu vou acrescentar algumas coisas.

O Atlanta Dream não é o tipo de time preparado para enfrentar gigantes, muito menos a final da WNBA. Sua passagem para as finais das duas últimas temporadas foram resultado de uma queda repentina na conferência Leste. Agora, esse lado da liga tem se reestruturado e voltado a criar times capazes de competir com menos desigualdade com a conferência Oeste (ler este texto, e acrescentar mais um título ao Oeste, o do Lynx, já que foi escrito no começo de 2011). Para os que não lembram, em 2010 o Dream jogou contra o Seattle Storm e perdeu a série de 3-0. Esse resultado se repetiu contra o Minnesota Lynx, em 2011. Ou seja, a campanha do Atlanta em finais é 6-0. Normalmente, espera-se crescimento quando o ponto principal é alcançado duas vezes seguidas. Mas não. O não retorno de Iziane fez bem ao Atlanta, mas nem tanto: Angel McCoughtry continua lá, seguindo o mesmo estilo de jogo.

Confira a principal peripécia dessa ala armadora na análise de Bruno Pisciotti.
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Especial Conferência Leste
por Bruno Pisciotti (@Raptorsunfan200)
Em suas próprias palavras, brasileiro na certidão, mas com sangue italiano e coração canadense. Aponta seus olhos (e ironias) para a WNBA desde 2007


Atlanta Dream

Campanha final: 19-15 (terceiro lugar na conferência. Classificado para os playoffs)
55,9% de aproveitamento
Técnicos: Marynell Meadors (até o dia 26 de agosto) e Fred Williams
Destaque: Érika de Souza
Melhor sequência: quatro vitórias consecutivas
Pior sequência: duas derrotas consecutivas 




O que foi bom
- Érika de Souza: a brasileira mostra que é peça extremamente fundamental na equipe, com seu ótimo porte físico e seu posicionamento preciso no garrafão. Na primeira metade da temporada, sem a jogadora, que preferiu treinar com a seleção brasileira para a Olimpíada de Londres, o Dream sofreu para manter uma regularidade. Com a sua volta, o time venceu dez dos 15 jogos em que ela estava em quadra e conseguiu se classificar para os playoffs com mais tranquilidade.

Érika de Souza

- Forte garrafão: Érika, junto com a ala-pivô Sancho Lyttle, formam um dos garrafões mais fortes e interessantes da liga. Juntas, elas somam quase 16 rebotes e 4 roubos de bola por jogo. Contando apenas com Lyttle, o time sofreu quase 76 pontos por partida. Com Lyttle e Érika, a média caiu para 74.

O que foi ruim
- Angel McCoughtry: a chamada “franchise player” (nota da editora: aquela que é a cara da franquia em termos de marketing) quase colocou a temporada do Atlanta no limbo. Dona de um temperamento forte e quase incontrolável, McCoughtry mostrou individualismo e falta de comprometimento em muitos momentos. Foi suspensa em algumas ocasiões e, como gota d’água, praticamente provocou a saída de Marynell Meadors, treinadora que comandava o Dream desde sua fundação, em 2008.

- Início da temporada: Sem Érika e com McCoughtry causando problemas, o Dream não conseguiu engrenar em nenhum momento no começo da temporada. Até a parada olímpica, em nenhuma ocasião a equipe ficou acima dos 50% de aproveitamento, o que custou a chance de disputar melhores posições na conferência.

Expectativa para os playoffs
Regular. O garrafão é o ponto chave da equipe, mas quem quer chegar longe precisa ter uma pontuadora confiável. Tudo vai depender de como Angel McCoughtry vai se comportar. Se fizer pelo menos um pouco de jus ao seu nome, o time pode crescer nos momentos decisivos e chegar à final pelo terceiro ano seguido. Se ela optar pelo lado obscuro mais uma vez, uma eliminação precoce é algo muito mais provável.

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