Sacrifício pelo ouro

Por onde quer que passe a australiana Lauren Jackson deixa rastros muito brilhantes. Entrou na WNBA em 2001 pelo Seattle Storm, e com esse time é bi campeã (2004, 2010), tem três prêmios MVP (2003, 2007, 2010), por oito anos participou do All Star Game (2001, 2002, 2003, 2005, 2006, 2007, 2009, 2010) e fez parte do Primeiro Time da WNBA sete vezes (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2010).

Em campeonatos mundiais ganhou medalhas de ouro (em 2006, no Brasil) e bronze (1998, 2002). Nas Olimpíadas, 3 pratas (2000, 2004, 2008), e no campeonato da Commonwealth, um ouro (2006).

No começo da temporada de 2011, o Seattle Storm era o time a ser vencido. Atual campeão e dono da MVP, começou com vitória, mas sem o brilho de sua estrela Lauren Jackson (18 pontos, contra o Phoenix Mercury, é muito pouco para ela). Nos jogos seguintes, 9, 9, 9 e 4 pontos. Mesmo abaixo da média, e com duas partidas a menos, o time está em segundo lugar na conferência Oeste, com 4 vitórias e 2 derrotas.

Apesar da recuperação sobre o Tulsa Shock na terça-feira (21), uma notícia ruim chegou para a equipe da cidade de Meredith Grey: Lauren Jackson estaria fora por 3 semanas, fazendo

tratamento no quadril, pois havia sofrido uma lesão labral no lado esquerdo dele.

Porém, aquilo que não estava bom, poderia ficar pior. E ficou. Ontem (29), Lauren Jackson decidiu que faria cirurgia, e por causa disso ficará de 8 a 12 semanas fora. 3 meses.

Roberta fala:

Antes do jogo contra Tulsa, a número 15 já havia sentido dor na região do quadril e até tomou injeção de cortisona (anti-inflamatório) em Seattle. O choque contra Liz Cambage (TUL - sua compatriota) apenas piorou a situação. Quando a temporada não havia começado, Jackson informou que passaria metade da temporada de 2012 longe da WNBA, se dedicando à seleção australiana, para levar o time aos Jogos Olímpicos de 2012.

Se ela fizesse apenas o tratamento, e continuasse jogando sem a cura completa, os riscos para a

seleção da Austrália seriam muito grandes. Elas querem sua craque com força total, para vencerem, principalmente, os Estados Unidade, e levarem o tão sonhado ouro olímpico.

Para que a decisão de fazer cirurgia fosse tomada Jackson conversou com sua família (seus pais são ex jogadores de basquete) e seu médico. Brian Agler (técnico do Seattle Storm), deu total apoio, mesmo tendo consciência de que a principal jogadora de seu time estará de volta somente para meia temporada de 2012.

Isso é, na verdade, um plano de longo alcance. Carlos "Wizard" Martins chamaria isso de "long range goal". O timing da lesão foi perfeito para a Austrália. Quem sofre é o Seattle Storm e seus fãs. A prioridade para a jogadora, no momento é a seleção de sua terra natal, e para isso vale sacrificar a luta pela garantia de mais um título da WNBA e um MVP, em troca do dourado sobre seu coração, em 2012.

Que nossos atletas aprendam isso...